quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Artigos - 29 de Dezembro

.



O PROFETA GARANTIDOR

Tudo o que o pregador que se considerava profeta dizia terminava com: “ Eu lhes garanto, em nome de Jesus! Eu lhes prometo, em nome de Jesus! Eu confio, em nome de Jesus! Eu estou dizendo, em nome de Jesus!” Parecia revestido de uma aura de incontestável certeza. Seu modo de falar era de absoluta convicção de que Jesus lhe falava e ele podia prever as coisas.

Chegou, certa vez a dizer que a diferença entre a dona de casa que não tem Jesus e a da sua Igreja é que a outra, ao preparar a comida e ver que faltava óleo, farinha e arroz, chorava, telefonava ao marido e se desesperava, não sabendo o que fazer. A da sua igreja pegava a ultima gota de óleo, o restinho da farinha e de arroz, chamava Jesus e ele multiplicava aquele pouco. O milagre acontecia nas casas de alguém da sua igreja, porque, sendo fiel, Jesus não os deixava passar necessidade.

Um dia um rapaz humilde de 22 anos, ousou perguntar ao profeta de onde ele tirava aquela certeza e o profeta disse:
- Deste livro, que me dá a autoridade que eu tenho, porque eu sigo! - Ao que disse o jovem:
- Meu pai também segue o mesmo livro e não fala como o senhor. Minha mãe o segue a 60 anos e não fala como o senhor. Eu o sigo desde criança e Deus nunca me apareceu para me dar uma certeza. Esse livro me dá fé e só isso: não dá garantia e nem certeza. Por isso, acho estranho que o senhor prometa milagres, graças, emprego e sucesso em nome deste livro.

E o pregador reagiu:
- Quem é você para me contestar? Você nem começou a viver e eu estou vivendo este livro há mais de 50 anos.
E replicou o jovem:
-Era só o que eu queria ouvir. Não irei mais às suas pregações. Vou procurar um profeta humilde que não garante nada, mas que aponta para aquele que me ensina a viver da fé. O justo vive da fé e o senhor vive da certeza e da garantia. Então só posso concluir que o senhor não é justo! Nunca mais voltou.


MUITOS LIVROS E POUCOS LEITORES

Especialista ou não, o estudioso de comunicação católica que perpassasse o seu olhar pelos últimos 30 anos de comunicação, nos púlpitos, na mídia impressa, no rádio e na televisão, nos shows e espetáculos e nas liturgias acabaria entre o positivo e o negativo, e, mais cedo ou mais tarde, teria que usar as palavras: confusa, errática, atabalhoada, perplexa.

Foi e continua louvável o gigantesco esforço dos católicos em atingir o seu rebanho com uma mensagem catequética compreendida por todos e em fazer uso dos meios para chegar aos fiéis. Investiu-se muito em comunicação e foi feito de tudo, na maneira mais sincera possível para impedir o fluxo de católicos para outras igrejas ou para trazê-los de volta ou para firmar os católicos nas suas comunidades no seu catolicismo. Em algumas dioceses o resultado foi claro e palpável, noutras faltou alguma coisa, isto, no dizer dos próprios bispos e sacerdotes.

O ponto crucial foi a formação do catequista, a formação dos comunicadores, a começar pelos padres. Não havendo normas coletivas, a grande maioria dos pregadores, sacerdotes e leigos, agiu do jeito que sabia de maneira atabalhoada, de maneira amadorística, e, quando houve cursos, nem todos os comunicadores os freqüentaram. O resultado foi um crasso individualismo de um grande número de comunicadores que, embora bem intencionados e querendo comunicar a catequese católica, acabaram fazendo-a do seu jeito personalista, ressaltando excessivamente o próprio nome e o próprio rosto, ou o grupo o fez de maneira fechada e não poucas vezes sectária: Não abriu espaço para outras correntes de espiritualidade.

Faltou um projeto de comunicação nacional da Igreja do Brasil. Se houve, eu não vi. Faltou um projeto que poderíamos chamar de global, abrangente, ao qual todo e qualquer comunicador estivesse atrelado. Com sensíveis melhorias nas revistas e jornais católicos, bastante melhoria nas emissoras de rádio e televisão, faltou para um grande número dos que a operam um preparo maior, faltaram os cursos especializados. Ainda temos muitos comunicadores que não leram nem mesmo o Catecismo da Igreja Católica. Percebe-se pelo seu discurso. É feito de frases feitas e decoradas.

De um grande número de comunicadores não se exigiu uma formação acadêmica, não se exigiu formação jornalística e não se pediu, o que é pior, formação em catequese. Foram lá, com sua piedade, seu desejo de ajudar, mas com conhecimento fraco e pequeno. Isso inclui sacerdotes e leigos. Valeu muito a cara, a coragem, o entusiasmo, a generosidade, o desejo de evangelizar, valeu menos o estudo, o diploma, o preparo, a prova de que sabiam do que estavam falando.

O problema continua, pois, se ligarmos o rádio e a televisão, veremos muitos desses irmãos católicos a dizer coisas que não combinam nem com a Bíblia nem com o catecismo. Mas está lá esbanjando simpatia, carinho, bondade. Demonstrando pequeno conhecimento das doutrinas católicas, parcializaram a catequese por falta de abrangência. A situação é tal, que quando um irmão chama a atenção para essa falta de conteúdo catequético, evidentemente sempre com as raras exceções, há quem se ofenda, por acreditar que no seu caso, ele está oferecendo a catequese católica, quando, na verdade, está oferecendo de maneira muito parcial, a catequese com a qual ele concorda: doutrina seletiva.

Não há repercussão de documentos básicos, não se toca mais no Vaticano II, nem Puebla, nem mesmo Aparecida. Não se tocam nas encíclicas dos últimos 50 anos, não se repercute o que a Igreja ensina. Fica-se muito no que o movimento ensina, ou no que o indivíduo acha que deve ensinar. Fica-se no fervor, no entusiasmo espiritual e nos conselhos cheios de emoção, mas abandonou-se a catequese e a teologia primeira.

Leciono comunicação há quase 30 anos, gravo os programas de televisão e de rádio, leio, percorro as mais diversas estações e os canais de comunicações das igrejas e percebo que somos vítimas da mesmice. É tudo muito repetitivo e isso demonstra a falta de conhecimento dos comunicadores. Se lessem mais e estudassem mais, teriam muito mais a dizer, mas estão fechados na sua pequena comunicação e nos seus grupos de espiritualidade e não se abrem. Sabem que existem documentos e encíclicas, mas às vezes não lembram nem o seu nome e demonstram claramente que não os leram.

Se falam de nomes e de livros de catequese, não levam a conversa adiante, porque tem dificuldade de dizer qual o conteúdo daquelas mensagens. Simplesmente não leram, mas estão lá oferecendo uma catequese, que destoa da catequese oferecida nos últimos 50 anos aos católicos. Parecem o garçom que, diante de uma terrina da mais suculenta sopa, cheia de grandes nacos de verdura e de carne, mergulha sua concha e põe apenas caldinho no prato do ouvinte. Eles mesmos não fazem uso e não oferecem o conteúdo sólido desses documentos.

Tenho falado à exaustão sobre isso, a tempo e a contratempo como pede São Paulo, mas parece que não chega à maioria dos comunicadores. Ou não acreditam ou se irritam, e se magoam profundamente. Verdade é verdade e fato é fato e não há como negá-lo: continuam não lendo e por isso não oferecem o pensamento dos Papas, dos últimos 50 anos e os documentos da Igreja na América Latina. Simplesmente não estudaram e não leram, não são catequistas de verdade porque não repercutem o pensar de toda a Igreja.

Enquanto advogados, médicos, sociólogos, psicólogos se atualizam, eles parecem não querer fazê-lo. A diferença é gritante. Coloque um desses comunicadores ao lado de outros especialistas médicos, engenheiros, advogados e até políticos e veja quem deles tem mais dificuldade de demonstrar conhecimento. É que os outros, bem ou mal, tiveram uma formação acadêmica. Eu disse e torno a dizer que ninguém precisa ser doutor; eu mesmo não o sou; mas tem que ser leitor. Não é o papel de uma Faculdade que vai nos garantir que somos competentes, mas as milhares de folhas de livros que nós manuseamos, estas, sim, determinarão o nosso falar, o nosso pensar e até o nosso agir. Somos hoje uma igreja de muitos livros, mas de poucos leitores. Pior ainda: muitos que falam a milhões de ouvidos não lêem mais de dois livros por ano...

Vivemos muito o que o nosso pregador preferido dizia e vivemos a repeti-los, quando, na verdade deveríamos viver do que pesquisamos, anotamos, lemos e aprofundamos. Não é uma comunicação católica profunda e nem chega a ser popular, porque não consegue dar ao povo o básico da Igreja. Em termos de catolicismo popular é o conteúdo que deveria chegar ao povo e não o pregador agradável. Também isso, mas somente quando seguido de citações da Igreja. Temos nos tornado uma Igreja de muitas excitações e poucas citações. O entusiasmo derrotou o conteúdo.

O amadorismo de inúmeros pregadores, que nunca se importaram em ler e se aprofundar fez escola. Felizmente está havendo mudança, porque alguns jovens sacerdotes já se formam na convicção de que precisam ler mais e que não podem nunca parar de ler e de estudar. Mas esses jovens sacerdotes, na sua maioria, não estão na mídia. Estão outros que, pelo que pregam, não se dão bem com livros. Desculpe a dureza da afirmação, mas a maioria dos sacerdotes sabe que digo uma verdade.

A igreja no Brasil produz um considerável número de livros, de antropologia, de sociologia e de pastoral, mas pouquíssimos lêem. A maioria dos que estão no rádio e na televisão, falando para milhões não os lê. E então, esses teólogos, antropólogos, sociólogos da fé e pensadores profundos não chegam ao povo, porque são de certa forma consciente ou inconscientemente boicotados pelos pregadores que não passam adiante esse conhecimento. E não passam porque não leram.

Eu disse isso muitas vezes na nossa Faculdade Dehoniana, disse-o em outros cursos que dei e direi, sempre que for necessário, em qualquer lugar onde for chamado a falar. O grande problema dos comunicadores católicos de hoje é o livro. Falta leitura e, faltando leitura, falta conhecimento. Faltando conhecimento, falta reflexão, faltando reflexão,falta catequese abrangente.

Vejo pensadores profundos na nossa Igreja, mas muitos deles não chegam nem sequer à mídia, não são divulgados. Penso nos sacerdotes cultos do passado, por exemplo, Antonio Vieira com seus sermões. Vejo que não são nem sequer levados em conta. Vejo uma Igreja que teve e tem grandes pensadores, mas eles não chegaram à mídia. No máximo, ficam em algumas estantes de livrarias de faculdades. A mídia católica em geral escolheu não repercuti-los, nem a eles, nem as encíclicas e documentos da igreja.

Quem vai convencer esses simpáticos e simpáticas comunicadores e comunicadoras de que não basta a sua simpatia e que precisam oferecer muito mais conteúdo do que estão oferecendo no rádio e na televisão. Quem vai provar a eles que estão dando 2 a 5% do que poderiam realmente dar, se tivessem na sua estante esses livros e os lessem? Que bispo vai ver o que está nas estantes desses pregadores? Quem vai correr o risco de ser mal visto e malquisto por eles, ao dizer verdades que eles precisam ouvir, já que todos os dias falam para milhões de católicos?

Quem não estiver afim de tapas nas costas, aplausos e popularidade arrisque-se, mas quem não quiser se incomodar com a controvérsia, aliás, proposta de maneira saudável pelo número 229 do Documento de Aparecida, omita-se. Quem quiser arrisque-se. Quem não quiser guarde silêncio, e diga só as coisas boas, aquelas que todo mundo gosta de ouvir e que não ferem ninguém.

Mas simpatia nem sempre rima com teologia e sabedoria nem mesmo com espiritualidade. Ninguém tem que ser um brutamonte para anunciar o evangelho, mas há momentos em que a simpatia é inconveniente ou insuficiente. Jesus às vezes dizia coisas duras. Também os apóstolos. E se há momentos em que a simpatia é extremamente necessária, há outros em que o que precisa ser dito deve ser dito. O pregador não pode ser simpático o tempo todo. Vez por outra terá que dizer o que deve ser dito, porque está nas encíclicas, está nos documentos da igreja.

Se ele escolhe só os textos que não o comprometam, para ganhar audiência, vai ganhar audiência, mas não fará catequese. É como se, ao divulgar uma mensagem do Papa, alguém divulgasse apenas as frases mais leves e suaves. Mais cedo ou mais tarde esses fiéis sentirão a falta de conteúdo daquela pregação e perceberão a mesmice de frases feitas, das expressões de comando e das orações eternamente repetitivas.

Haverá mudanças? No fruto bem próximo, não! Há uma geração cheia de boa vontade que lê pouco. Se começar a fazê-lo agora, veremos o resultado em dois ou três anos. Faltam livros e leitores na mídia dos católicos. Não é que esteja melhor entre os pentecostais e evangélicos. Mas cada Igreja supra as suas próprias deficiências. Estamos dando caldo de galinha a um povo que tem condições de assimilar alimento bem mais sólido.


EX ESBOÇO

Já faz tempo que você deixou de ser um esboço. Os traços que Deus foi acrescentando à sua vida e o que você foi agregando, tiraram você da categoria de esboço. Você é como o prédio que saiu da planta e já pode ser habitado.

O projeto, cada dia mais delineado, já é realidade. O que está ainda em construção é processo de acabamento. Segue, não o esboço que você era, mas o projeto melhorado que você se tornou. Todos os dias Deus acrescenta mais um detalhe à obra que é você.

Por isso mesmo você já é realidade. No dia em que morrer, provavelmente não haverá mais acréscimos, mas, enquanto você estiver vivo, haverá sempre algum retoque ou detalhe a ser melhorado. Até o último dia da sua vida você estará em construção. Preste atenção nos engenheiros e veja como os primeiros traços são leves, quase imperceptíveis. Depois ele liga coisa com coisa, linha com linha, faz compartimentos, repartições, detalhes e, aos poucos, lá está o edifício todo detalhado, medido, metro por metro, centímetro por centímetro.

Mas tudo começou com o esboço, que foi sendo melhorado. Depois do edifício pronto o engenheiro mostra o esboço, a planta melhorada e os detalhes. Os arquitetos e auxiliares acrescentam ainda mais. Assim é a nossa vida. Alguém sempre acrescenta alguma coisa ao projeto que somos, e, se deixarmos que irmãos que entendem de formação humana nos toquem e nos melhorem, chegaremos a uma idade cercados de respeito, porque as pessoas nos verão como alguém que pensa, que aceita se corrigir, que compreende o outro e que se deixa melhorar.

Se acha que pode fazer isso consigo mesmo, revista-se de humildade e deixe-se melhorar. Acontecerão coisas incríveis na sua vida, mas, se você achar que nada pode ser melhorado, não há retoque possível. Preste atenção nos alcoólatras inveterados. Não admitem que são. Bebem, andam, falam como alcoólatras, mas negam peremptoriamente que beberam. Mesmo caindo de embriagues negam-se a receber qualquer ajuda. Tentam parar os ônibus nas ruas, gritam berram, atrapalham qualquer reunião, urinam nas calças, vomitam na rua e até na mesa, mas não aceitam ser corrigidos, porque aqueles copos diários são sua razão de viver. Dá-se o mesmo com os viciados em cocaína ou crack. Não querem ajuda. Só sairão do buraco se agarrarem a corda. Mas isso significará admitir que estão errados. É assunto que não querem ouvir.

Narciso não sabia o quanto era bonito e o quanto, ao mesmo tempo, era feio. Terminou seus dias, afogado na própria imagem. Admita que você é um ser corrigível e melhorável e provavelmente será mais aceito. Mais do que isso: aceitará os outros.


ENTRE ÁGABO E SIMÃO

Para quem não se lembra, Ágabo foi um profeta leigo que, por palavras e atos, provou que o Senhor estava nele. Os apóstolos o respeitavam. (At 11,28-30) (At 21,8-13) Naqueles dias também havia virgens profetizas. Mas provaram por atos e atitudes que o Senhor estava nelas. E houve os falsos e estrepitosos, ávidos de publicidade, que faziam apenas golpe de cena. Fingiam ser profetas que não eram. Simão o Mago (At 8,9-24) e os filhos de Ceva são exemplo disso. (At 19,13-17) Já no tempo de Jeremias , 650 anos antes de Cristo havia os sérios e os teatrais e interesseiros a quem convinha posar de profetas. (Jr 14,14)

A televisão, hoje, está pródiga de profetas, alguns como Ágabo e outros como os sete filhos de Ceva; bons e falsos, serenos e espetaculares. Não são poucos os que freqüentam teologia para conseguir diploma e depois agir como se nunca tivessem estudado naquelas faculdades. Elas serviram de trampolim para estes falsos profetas. Precisavam de licença para pregar e não a conseguiriam sem uma faculdade, posto que numa igreja séria, não seriam ordenados nem padres nem pastores. Então foram, ouviram, passaram nos exames, mas não pregam nada daquilo que lhes foi ensinado. Alguns dormiam durante as aulas mais exigentes. É testemunho de seus próprios colegas. Já tinham sua própria doutrina. Só lhes faltava um diploma.

Não foram éticos. Dez anos depois, diante dos exorcismos, profecias, anúncios de anjos e demônios em ação e outras pregações que fogem da doutrina de sua igreja, alguém pergunta onde estudaram e eles dão o endereço da Faculdade de Teologia que lhes deu o título, mas cujo ensinamento eles não praticam. Pega mal para aquela instituição que certamente não ensinou o que eles pregam.

Recentemente deparei-me com um pregador que fazia sessões de quebra de maldição, libertação da antiga culpa dos antepassados e purificação da árvore genealógica, coisa que no seu curso de Teologia foi vivamente criticado como gesto não cristão, posto que o Cristo já as quebrou e Paulo o atesta em mais de cinco passagens de seus escritos. Os estudos bíblicos daquela faculdade de nada valeram. Já tinham a intenção de seguir outro pregador, mas este não podia lhes dar o título. Foram lá enganar a faculdade. Simão o Mago quis fazer o mesmo, mas os apóstolos reagiram. Nem todas as igrejas e escolas fazem o que os apóstolos fizeram. Não aceitaram ser usados por profetas com doutrinas estranhas à sua escola de fé.

Pseudo-Ágabos com freqüência profetizam, a cada fim de ano. Lembram os videntes de fim de ano. Fazem parte do mesmo fenômeno. Garantem, na televisão, debaixo de intensos holofotes, com rostos de santos iluminados, que o tempo da dor e do sofrimento acabou. Proclamam com voz solene, um tempo de vitória para o seu povo. Humildemente pedem mais contribuição para que a vitória seja completa e garantem que, no ano seguinte, seus ouvintes só colherão graças e vitórias.

Não há profecia nisso! Todo mundo sabe que no espaço de 365 dias colhem-se graças e vitórias. Por conta do novo Ágabo fica a promessa de que “só” colherão isso. Se acontecer uma perda, um acidente, o desemprego ou alguma eventual derrota, o novo profeta espalhafatoso, iluminado pelos holofotes da televisão, dirá que foi vontade do céu, e não tocará no fato de que no dia 25 de novembro ele predissera o fim dos sofrimentos. É o velho truque do marketing que prediz graças e milagres em nome do céu, com a possibilidade de sempre explicar por que não aconteceu do jeito que foi predito.

Entre Ágabo e Simão, os fiéis de todas as igrejas são convidados e discernir quem de fato é profeta sincero e quem faz papel de profeta que não é. O tempo, mais breve do que eles esperam, mostra quem disse a verdade e quem se enganou ou mentiu para ganhar audiência e adeptos. É um problema que todas as igrejas precisam resolver. O quanto antes! Se não reagirem, eles continuarão predizendo um futuro brilhante sem dor alguma, como os profetas que Jeremias enfrentou (Jr 14, 10-15).


Padre Zezinho, scj


-----------------------------------------

Um comentário:

  1. Que bom ter certeza de que agi certo,minha
    consciência já me dava a leveza nescessária quando resolvi não me calar diante de umas atitudes de um sacerdote de minha Paróquia...
    Temos que ser humildes em reconhecer nossa pequenez,mas especialmente neste Ano Sacerdotal,
    espero que os sacerdotes reflitam,estudem,pelo menos uma pequena parcela do que nós,catequistas
    se renovemos e continuamos aprendendo...
    Não sou sábia,apenas gosto de ler e procuro estar sempre por dentro das leis e regras e com
    coragem seguir em frente defendendo os nossos direitos de ser pessoa do povo,e povo de Deus.
    E como nosso sábio Pe.Zezinho,scj;fala ''NÃO TEM
    QUE SER DOUTOR,MAS TEM QUE SER LEITOR.''

    ResponderExcluir